O MALABARISTA
Ao lançar meus sonhos Acima
A esperar agarrá-los e lançar de novo,
Vejo-os espatifar em concreto e rima
E quebrar-se como se quebrasse um ovo.
Vejo-os quicar no Asfalto
De cara como quem cai,
Os que dançavam lá no Alto.
Vejo o malabares que vai
E volta pesado em minhas mãos
E segura-los não posso mais,
Passando entre meus braços e os vãos
Da minha Alma fraca demais.
E nos faróis a quem iludia,
Sinto-me mais ludibriado ainda
Pelos meus fracassos de noite e dia.
Vejo então que o número se finda.
(Samuel Macário; In: As Lágrimas do Palhaço. Setembro de 2009)
A esperar agarrá-los e lançar de novo,
Vejo-os espatifar em concreto e rima
E quebrar-se como se quebrasse um ovo.
Vejo-os quicar no Asfalto
De cara como quem cai,
Os que dançavam lá no Alto.
Vejo o malabares que vai
E volta pesado em minhas mãos
E segura-los não posso mais,
Passando entre meus braços e os vãos
Da minha Alma fraca demais.
E nos faróis a quem iludia,
Sinto-me mais ludibriado ainda
Pelos meus fracassos de noite e dia.
Vejo então que o número se finda.
(Samuel Macário; In: As Lágrimas do Palhaço. Setembro de 2009)